sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Para os alunos do 1° ano A,B,C (manhã) e 1° ano F noturno-prof. Eliane, História

ATENAS E ESPARTA ATENAS A vida civil de Atenas foi muito diferente do viver militar dos espartanos. Atenas era uma cidade jônica, situada na pequena península da Ática. Desde os tempos dos antigos, seus habitantes se entregavam a navegação marítima e, em contato com outros povos de civilizações adiantadas aprenderam e desenvolveram os elementos de uma vida espiritual e materialmente superior. A população de Atenas dividia-se em três classes: cidadãos, metecos e escravos. A cidadania era um privilégio que se adquiria pelo nascimento. Somente filhos de pai e mãe atenienses se reservava o direito de serem cidadãos. Os estrangeiros e seus descendentes, domiciliados em Atenas, formavam a classe dos metecos, excluídos, como os escravos, da vida política. Diz-se em resumo, que em Atenas, todos cidadãos tinham direitos políticos, mas nem todos habitantes eram cidadãos. A organização política de Atenas Tal como nas demais cidades da Hélade, havia em Atenas a classe dos aristocratas, os eupátridas (bem nascidos), como ali eram chamados. Estes, apos a morte de Codro, elegeram um magistrado vitalício, com o título de Arconde, responsável pelo governo, mas despojado das prerrogativas reais. Mas tarde, tornaram aquele cargo temporário, limitando-o a dez anos de mandato. Por fim, o Arcontado foi anual e passou a ser exercido por nove arcondes, um dos quais chamado arconde-rei, encarregado das funções religiosas. Ao lado do Arcontado, com poderes administrativos militares e religiosos, funcionava o Aerópago, assembléia ou conselho formado pelos ex-arcondes, com poderes judiciários e também políticos. O governo dos nobres era opressor e indiferente à sorte do povo. Com o tempo, formou-se uma nova classe social: a dos comerciantes e de industrias que desejavam participar dos atos de governo. Uniram-se, por isso, aos demais e deram começo a uma série de lutas, visando a melhores condições de vida de toda a população. No século VII a.C., surgiram as primeiras leis escritas, atribuídas a Drácon e que se tornaram famosas pela severidade e rigor. era um passo à frente na conquista dos direitos humanos, embora a maior parte das coisas se mantivessem praticamente no mesmo estado anterior. O governo de Atenas coube, depois de algumas lutas, a Clístenes, homem de origem aristocrática, mas de tendências populares. Nomeado arconde realizou reformas políticas de grande importância, aboliu a divisão de classes e permitiu que todos os domiciliados em Atenas fossem considerados cidadãos. Depois dividiu politicamente o território dez tribos com direitos iguais e deu à Eclésia maior qualidade de poderes. Para evitar influências de indivíduos que pudessem atentar contra a liberdade instituiu o ostracionismo, votação realizada pela Eclésia, que tinha por fim exilar, pelo prazo de dez anos, os que visem a incidir naquela suspeição. A partir de 503 a.C., data em que tivessem aplicação as reformas de Clístenes, o Estado ateniense passou a ser uma democracia, embora estivesse longe se assemelhar-se as democracias de nosso tempo (havia ainda muita desigualdade, mais do que a existente hoje). Esparta No sudoeste do Peloponeso estende-se um vale por onde rola suas águas o antigo rio Eurotas. A região, que é quase toda cercada de montanhas chamou-se noutros tempos, de Lacônia. Inicialmente foi habitada pelos pelasgos, depois foi invadida pelos aqueus e, por fim, conquistada pelos dórios. Esses últimos fixaram o centro de sua atividade na cidade de Esparta. A hostilidade dos aqueus, vencidos mas não conformados, a influência do solo áspero, do clima e da própria situação geográfica, tornaram os espartanos, no decorrer dos séculos um povo guerreiro. Tres motivos principais levaram os espartanos a guerras de conquista: 1- A preocupação de abater qualquer outro Estado que, por seu poderio, constituísse ameaça ao país; 2- A necessidade de outras terras para a população crescente; 3- O desejo de aumentar o poderio militar que lhes era próprio, absorvendo novas tropas auxiliares ou aliadas A organização social espartana A organização política e social de Esparta é atribuída a Licurgo, personagem lendária, que teria vivido no século IX a.C. A população se compunha de três classes sociais: esparciatas, periecos e ilotas. Os esparciatas também chamados espartanos eram descendentes dos antigos dórios e formavam a classe dos iguais, espécie de aristrocacia dominante. Os periecos integravam a classe formada pelos antigos aqueus que não foram despojados de suas pequenas propriedades; não tinham direitos políticos, mas gozavam de completa liberdade social e econômica. Os ilotas eram também aqueus, pertencentes, porém, aquela grande maioria que fora privada de seus haveres e reduzida a condições de trabalho humilde. Esparta era governada por dois reis ao mesmo tempo. Era época de guerra, somente um deles marchava para o combate. O poder dos monarcas sofria, porém, limitações impostas pelos seguintes outros órgãos de governo: I - A Gerúsia, câmara formada de cidadãos maiores de 60 anos, que redigia as leis a serem por todos obedecidas; II - A Ápela, assembléia em que tomavam parte os maiores de 30 anos, com poderes para aceitar ou rejeitar as propostas da Gerúsia; III - Os Éforos, conselheiros ou magistrados, em números de cinco, eleitos por um ano e com atribuições de convocarem as duas câmaras, de darem ordem a militares, de administrar justiça e de vigiar a vida particular dos adultos. A educação espartana A educação dos espartanos visava a fazer de cada indivíduo um soldado. O recém-nascido que apresentasse defeito para a vida militar era morto por ordem do Estado. Quando os meninos alcançavam os setes anos de idade, tornavam-se recrutas e passavam a fazer parte de uma pequena tropa que, sob as ordens de um monitor, praticavam diariamente exercícios atléticos e ginástica. Aos vinte anos, o jovem ingressava no exército, aos trinta, podia casar-se e participar da Ápela. A vida militar só findava quando o homem espartano chegava aos 60 anos de idade. Todos, mesmo os monarcas, antes dessa idade, eram obrigados a tomar parte nos exércitos militares, que, periodicamente, se levavam a efeito em tempos de paz. A cultura intelectual foi quase nula em Esparta limitando-se ao ensino de poesias sagradas, a cantos de guerra e a uma eloqüência particular que devia expressar muitas coisas em poucas palavras. Chama-se lacônica a linguagem breve, concisa, sentenciosas, igual a que e falava na Lacônia. As conquistas espartanas Esparta manteve um exército adestrado de 30 mil homens de infantaria e 500 de cavalaria. Proporcionalmente ao total da população , o número de soldados era excessivo, podendo se dizer que a lacônia era um quartel general e o povo espartano um exército. Vivendo exclusivamente para as glórias da guerra, foram os espartanos no dizer do historiador Xenofonte: "artistas da arte militar". Com esse exército, Esparta dominou várias cidades do Peloponeso e com aquelas que não pode subjugar formou a famosa aliança que teve o nome de Liga do Peloponeso. No ano de 490 a.C., o poderio de Esparta era superior ao de todas a s cidades da Grécia. Esta fase teve o nome de Hegemonia espartana.

Para os alunos do 2° ano noturno na disciplina de história-prof. Eliane

ERA DOS DESCOBRIMENTOS Nos séculos XV e XVI, as várias mudanças que ocorreram na Europa Ocidental, encorajaram os europeus a explorar o mundo. Este período, que teve início por volta de 1450 e durou até o século XVII, é chamado de Era dos Grandes Descobrimentos. Vamos examinar os diversos fatores que levaram à Era dos Grandes Descobrimentos. 1. O desejo por riqueza e poder: O principal motivo que levou os europeus a fazerem longas viagens de exploração foi o desejo por riquezas. Os governantes de vários países europeus acreditavam que o comércio com a Ásia poderia torná-los ricos e poderosos e trazer prosperidade para suas nações. Os comerciantes sonhavam com as fortunas que poderiam ser ganhas com a venda de produtos orientais na Europa. Os bens de luxo como especiarias, açúcar e seda - raramente encontradas na Europa antes das Cruzadas - eram muito requisitados pelos europeus. Durante séculos, navegantes muçulmanos haviam dominado as rotas marítimas para a Ásia. Eles vendiam produtos asiáticos para comerciantes italianos que então os vendiam para o resto da Europa. Este sistema beneficiava apenas os navegantes muçulmanos e os comerciantes italianos. Outros europeus, principalmente os portugueses, esperavam encontrar uma nova rota marítima para o Oriente que lhes permitisse engajar-se no comércio direto com os países asiáticos. 2. Interesses religiosos: Outra razão que levou às viagens européias de exploração foi o desejo de expandir o cristianismo mundo afora. Mesmo após o fim das Cruzadas, os cristãos europeus continuavam a temer e odiar os muçulmanos. Os espanhóis e portugueses acreditavam que tinham uma missão Divina de expulsar os muçulmanos de outras terras e converter os povos da Ásia e África ao cristianismo. 3. O espírito do Renascimento: O espírito do Renascimento incentivou a curiosidade e o desejo por aventuras e realizações pessoais. Muitos europeus haviam lido contos fascinantes, como as de Marco Polo, sobre viagens à Ásia. Este desejo por aventuras, fomentado durante o Renascimento, contribuiu para que ocorresse a Idade das Explorações. 4. Avanços tecnológicos: Aos avanços tecnológicos possibilitaram grandes explorações. Os europeus passaram a construir navios que não mais exigiam uma numerosa tripulação. Mapas mais precisos permitiam que os capitães das embarcações realizassem viagens marítimas mais extensas. Os navios europeus passaram a carregar armamentos mais poderosos e sofisticados para proteger suas tripulações. Instrumentos de navegação como à bússola, uma invenção chinesa levada à Europa, facilitou as grandes viagens exploratórias. As Explorações Portuguesas A primeira nação européia a patrocinar viagens de exploração foi Portugal, liderada, na época, pelo príncipe Henrique (1394-1460). Razões econômicas e religiosas levaram o príncipe português a enviar navios de exploração à costa Ocidental da África, buscando uma rota marítima para o Oriente. O príncipe Henrique gastou sua fortuna pessoal na construção de uma estação naval em Sagres, na extremidade a sudoeste de Portugal. Geógrafos, matemáticos, astrônomos e marinheiros experientes visitavam Sagres, levando informações ao príncipe Henrique sobre os mares e a costa africana que ajudariam os navegadores portugueses a viajar por águas desconhecidas. Apesar do príncipe Henrique nunca ter navegado, seus esforços, que proporcionaram o avanço da navegação, levaram os escritores ingleses a lhe atribuir o aposto de "Henrique, o Navegador”. Os portugueses estabeleceram duas instituições lucrativas na África Ocidental - entrepostos comerciais e plantações, que se tornaram as sólidas bases econômicas do império português. Os entrepostos comerciais, vigiados por guardas armados, serviam como pontos centrais para os comerciantes armazenarem o ouro para vender ou trocar por escravos africanos, marfim e outros produtos. Os soldados armados forçavam os governantes locais a garantir o monopólio comercial de Portugal. (Monopólio significa o controle exclusivo da produção de um bem ou fornecimento de um serviço). Os portugueses também estabeleceram plantações em áreas férteis da África Ocidental. Estas plantações eram grandes fazendas administradas por portugueses; nelas, escravos africanos trabalhavam na produção de safras para exportação. O sucesso das plantações portuguesas de açúcar na África Ocidental serviu de estímulo à adoção deste tipo de agricultura em outras colônias, ao redor do mundo. De fato, o sistema de plantações foi um fator determinante na trágica expansão do tráfico de escravos africanos. Apesar de Portugal ter enriquecido com os entrepostos comerciais e o sistema de plantações na África, os governantes portugueses ainda sonhavam em encontrar um caminho marítimo para a Índia. Marinheiros portugueses exploraram a costa da África Ocidental durante quase 70 anos. Finalmente, em 1488, um vendaval vindo do sul do Oceano Atlântico conduziu os navios do navegador Bartolomeu Dias para a extremidade sul do continente africano. Alguns dias depois, sua tripulação avistou terra novamente. Como o sol nascia à sua direita e não mais à esquerda, a tripulação de Bartolomeu Dias percebeu que estava navegando rumo ao norte, ao longo da costa leste da África. Dias apelidou a extremidade do continente africano de "Cabo das Tormentas". O rei português, todavia, ficou tão entusiasmado com a notícia que denominou a região de "Cabo da Boa Esperança”. A descoberta de Dias de uma rota marítima para o Oceano índico serviu de incentivo para futuras expedições portuguesas. Em 1497, o rei de Portugal enviou um navegador, chamado Vasco da Gama, em missão diplomática à Índia. A expedição de Vasco da Gama navegou ao redor do Cabo da Boa Esperança, viajando pelo litoral da África Oriental. O navegador logo avistou a rica cidade muçulmana de Moçambique. Um piloto árabe guiou a frota de Vasco da Gama através do Oceano índico para Calicute, na costa Oeste da Índia, onde sua tripulação desembarcou. A viagem de Vasco da Gama permitiu que Portugal dominasse o comércio europeu com a Índia. Os comerciantes portugueses na Índia adquiriram fortunas em especiarias e tinturas, que eram importadas e vendidas na Europa. Os governantes e comerciantes da Índia geralmente aprovavam os laços comerciais entre seu país e Portugal. Em outras épocas, contudo, os portugueses tinham que recorrer a ameaças de guerra para obter direitos comerciais na Índia. Os bens asiáticos eram muito desejados na Europa, mas o inverso não era verdadeiro: a Ásia não tinha interesse em bens e produtos europeus. Portanto, como a relação comercial não apresentava reciprocidade, os europeus tinham que pagar pelos produtos asiáticos com barras de ouro e prata. As Viagens de Cristóvão Colombo Os portugueses seguiam a rota marítima navegando em direção a leste, rumo à Ásia. Em 1484, um navegador italiano chamado Cristóvão Colombo propôs uma idéia ousada ao rei João II de Portugal - encontrar a rota que navegava em direção a oeste, em seu caminho à Ásia. Colombo não sabia do tamanho certo da Terra e achava que tal viagem cobriria 2.500 milhas e duraria apenas dois meses. Os conselheiros navais portugueses discordaram das estimativas de Colombo e calcularam corretamente que a distância para a Ásia, navegando a oeste, seria de aproximadamente 10.000 milhas. Afirmavam, também, que nenhum navio poderia carregar provisões suficientes para uma viagem tão longa. Portanto, confiando nas opiniões de seus conselheiros, o rei João II de Portugal rejeita a idéia de Colombo. Colombo não se dá por vencido e levou, então, sua proposta aos líderes espanhóis - o rei Fernando e a rainha Isabel. Apesar de inicialmente demonstrar ceticismo quanto ao plano de Colombo, Isabel concordou em patrocinar a viagem e lhe forneceu dinheiro e equipamentos para uma frota de três navios - Santa Maria, Pinta e Nina. Cristóvão Colombo partiu da Espanha em agosto de 1492, seguindo em direção oeste pelo Oceano Atlântico. Após algumas semanas, os membros de sua tripulação começaram a se preocupar: apesar do clima e ventos favoráveis, não tinham certeza de chegar ao destino e temiam jamais encontrar o caminho de volta à Europa. Colombo chegou a oferecer um prêmio para o marinheiro que primeiro avistasse terra. Na manhã de 12 de outubro de 1492 - um dia antes da data que Colombo marcara para ordenar a volta à Espanha, desistindo de seu intento - um membro da frota avistou areia branca brilhando a luz do luar. Alegremente, anuncia: "Tierra, tierra!” Cristóvão Colombo acreditou ter chegado às Índias, um grupo de ilhas no sudeste asiático. Ele não sabia que havia desembarcado numa ilha do Caribe. Quando avistou os nativos do local, chamou-os de "índios". Colombo acreditava ter sido incumbido da missão de disseminar o cristianismo ao redor do mundo e, por isso, chamou a ilha descoberta de São Salvador. Após visitar a ilha de Hispaniola (hoje, dois países independentes, Haiti e República Dominicana), Colombo navegou de volta à Espanha. Levou consigo alguns nativos para provar que chegara à Ásia. Encantada com o sucesso de sua viagem, a rainha Isabel intitulou Cristóvão Colombo de "Almirante do Mar Oceano”. Colombo retornou mais três vezes ao Caribe. Em sua segunda viagem, no ano de 1493, comandou uma esquadra com 17 navios de colonizadores à Hispaniola, lá fundando a primeira colônia européia das Américas. Cristóvão Colombo morreu em 1506, convencido de que havia descoberto o caminho ocidental para a Ásia. Outros europeus, porém, perceberam que Colombo não havia chegado à Ásia e sim descoberto terras novas. Eles chamaram as Ilhas do Caribe de "Índias Ocidentais”. É importante ressaltar que Colombo não foi o primeiro europeu a chegar às Américas. Aproximadamente 500 anos antes de sua descoberta, um viking, chamado Leif Eriksson, havia explorado um território na costa leste da América do Norte, ao qual denominou Vinlândia. As viagens de Colombo, contudo, ocorreram em uma época em que as nações européias estavam ávidas por explorações. Na verdade, queriam adquirir novas posses para ter o controle destas terras recém descobertas. A Divisão do Mundo Os governantes da Espanha informaram ao Papa Alexandre VI sobre o sucesso da primeira viagem realizada por Cristóvão Colombo. A Espanha esperava que o Papa apoiasse seu domínio sobre as terras recentemente descobertas. Para evitar uma grande disputa territorial entre Espanha e Portugal, o Papa estabeleceu uma linha imaginária de demarcação no Oceano Atlântico, assegurando a posse da Espanha sobre as terras "já descobertas e a serem descobertas" a oeste da Europa. Mas Portugal teria direito às terras do Ocidente que se localizavam a leste da linha demarcada. O rei João II de Portugal, insatisfeito com o tratado, ameaçou atacar a Espanha, declarando que os monarcas espanhóis haviam sido injustamente beneficiados por essa demarcação territorial. Em 1494, diplomatas de Portugal e Espanha reuniram-se em Tordesilhas, na Espanha. Concordaram em mudar a linha imaginária de demarcação mais para oeste. O Tratado de Tordesilhas, assim como estipulado pelo Papa, autorizava Espanha e Portugal a dividirem todo o mundo não-cristão entre os dois países. O tratado revisado deu a Portugal o território que é hoje o Brasil; a Espanha permaneceu com o restante das Américas. Outras Explorações Espanholas Outras expedições, financiadas pela Espanha, viajavam em direção oeste em busca de novas descobertas territoriais. Um navegador italiano, Américo Vespúcio, navegando pela bandeira espanhola e pela portuguesa, escreveu fascinantes e detalhados relatos sobre as suas viagens de exploração. Em 1507, um geógrafo alemão, com o propósito de homenagear Américo Vespúcio, nomeou o continente ao sul do Hemisfério Ocidental de "América" (o nome de Américo Vespúcio também em latim). Posteriormente, o continente ao norte também foi chamado de América - hoje em dia, a América do Norte. A colônia que Cristóvão Colombo havia estabelecido em Hispaniola se tornou a base para futuras expedições à região do Caribe. Em 1508, um explorador chamado Juan Ponce de León explorou a ilha de Porto Rico, fundando uma colônia, no local. Em seguida, viajou para o norte, em busca de uma lendária "fonte da juventude". Apesar de nunca tê-la encontrado, Ponce de León descobriu uma linda península, em pleno domingo de Páscoa do ano de 1513. Denominou a região de Flórida, que, em espanhol, significa "cheia de flores”. Vasco Nunes de Balboa, outro colonizador em Hispaniola, parte em busca de ouro na região. Fundou uma colônia na região onde hoje se situa o Panamá. Em 1513, Balboa atravessou o Istmo do Panamá - a estreita passagem de terra ligando a América Central à América do Sul - sendo, assim, o primeiro europeu a avistar o Oceano Pacífico. A Viagem de Fernão de Magalhães ao Redor do Mundo Em 1519, um navegador português chamado Fernão de Magalhães convenceu o rei de Espanha a financiar uma expedição para explorar a região do Oceano Pacífico. Esta viagem foi o mais audacioso empreendimento da Era das Explorações. Em setembro de 1519, Magalhães partiu da Espanha com cinco navios e uma tripulação de 265 pessoas. Após cruzar o Atlântico, sua frota navegou pelo sul, ao longo da costa da América do Sul. Com muita sorte e habilidade, a expedição de Magalhães sobreviveu às marés tumultuosas da área hoje denominada de Estreito de Magalhães. Decorrido mais de um mês de navegações arriscadas, os navios adentraram o "Grande Mar do Sul". Magalhães achou a área tão calma que a chamou de "Pacífico”. Porém, Magalhães e sua frota enfrentaram grandes dificuldades e tragédias ao atravessar o Pacífico. A tripulação passou fome e sede, e muitos foram acometidos de escorbuto - uma grave inchação das gengivas causada pela falta de vitamina C. Alguns dos tripulantes morreram de fome, sede e doenças. Apesar de muitos marinheiros terem morrido, dois navios finalmente chegaram às Ilhas Filipinas, localizadas no sudeste da Ásia. Mas os exploradores se envolveram em guerra com os nativos e Fernão de Magalhães e alguns de seus homens foram mortos. Os sobreviventes liderados por Juan Sebastián Elcano, conseguiram retornar à Espanha. A tripulação de Fernão de Magalhães fora reduzida a um navio apenas e 18 homens exaustos e famintos. Mesmo assim, esses exploradores retornaram triunfantes à Europa, em 1522, consagrando-se como os primeiros a circundar o globo terrestre. Apesar de trágica, a histórica viagem de Fernão de Magalhães teve grande importância para as futuras explorações. Ela levou à descoberta de que o Oceano Pacífico separava a Ásia das Américas e que esta distância era muito maior do que se estimava, até então. A viagem de Magalhães também demonstrou que todos os oceanos são interligados. Estes novos conhecimentos tornaram possível aos europeus ocidentais navegarem por quase todo o planeta. COLONIZAÇÃO ESPANHOLA Os primeiros colonizadores espanhóis das Américas se estabeleceram nas ilhas do Caribe. Porém, incentivados pela busca por ouro e riquezas se dirigiram às terras continentais, onde encontraram os impérios asteca e inca. Um dos mais famosos conquistadores espanhóis foi Hernán Cortés. Liderando uma frota de 11 navios, ele viajou, no ano 1519, de Cuba ao Golfo do México, levando consigo um exército de 508 soldados, 2 padres e 16 cavalos. Notícias a respeito daqueles homens brancos e barbudos, montados em animais estranhos e carregados de armas que trovejavam, surpreenderam os astecas. O líder asteca, Montezuma, pensou que os europeus poderiam ser deuses ou enviados do deus Quetzalcoátl. Afinal, os sacerdotes astecas haviam previsto que Quetzacoátl retornaria ao império asteca naquele mesmo ano. Os guerreiros de Montezuma poderiam ter derrotado o pequeno exército de Cortés, mas o imperador asteca preferiu enviar presentes, feitos à base de ouro, aos conquistadores europeus, acreditando que os intrusos se dariam por satisfeitos e partiriam. No entanto, os presentes enviados despertaram o interesse dos espanhóis pela fonte do ouro do império. Cortés decidiu explorar o império asteca. Para evitar que seus poucos soldados voltassem a Cuba, ele ordenou que seus navios fossem afundados. O exército de Cortés viajou para a cidade de Tenochtitlán, onde permaneceu durante vários meses, como convidado de Montezuma. No entanto, alguns líderes astecas começam a suspeitar que os espanhóis tivessem a intenção de conquistar seu império. Em uma batalha definitiva, eles expulsaram os espanhóis da cidade asteca, matando e ferindo mais da metade do pequeno exército de Cortés. Apesar da derrota, Cortés adquiriu muitos aliados nativos. Malinche, uma nobre asteca que havia sido vendida como escrava ajudou Cortés a negociar com os líderes locais. Tendo aprendido a língua espanhola, ela agiu como intérprete e como informante; seu conhecimento e influência ajudaram Cortés a conquistar mais aliados entre os nativos. Cortés, a seguir, agregou seus homens aos aliados nativos e iniciou um cerco à cidade de Tenochtitlán. Os astecas resistiram, mas a maioria foi morta ou capturada. Muitos astecas também morreram de varíola - uma doença introduzida pela presença européia. Em 1521, após três anos de cerco à cidade, Tenochtitlán foi conquistada por Cortés. O ambicioso conquistador passava a controlar todo o México. A Conquista dos Incas O grandioso Império Inca localizava-se ao sul das terras astecas, nas montanhas do Peru. A conquista espanhola do povo inca foi mais rápida que a derrota dos astecas, mas não menos dramática. Francisco Pizarro teve a permissão do imperador espanhol, Carlos V, para tentar conquistar o litoral da América do Sul. Quando Pizarro chegou ao império dos incas, em 1532, foi recebido com cordialidade pelo líder inca, Atahualpa. Mas Francisco Pizarro, cruel e ganancioso, ordenou que o imperador fosse aprisionado e mantido como refém dos espanhóis. Na luta que se seguiu, os soldados incas, munidos de armas manuais como lanças, arcos e flechas, não tinham chance de vencer os cavaleiros e canhões espanhóis. Nem um único soldado espanhol morreu na batalha que, no entanto, custou a vida de centenas de incas. Pizarro prometeu libertar Atahualpa após o pagamento de um grande resgate - um recinto repleto de ouro. No entanto, mesmo após os incas terem pagado o resgate, Pizarro ordenou que Atahualpa fosse estrangulado. Um quinto do resgate foi enviado ao rei da Espanha; o restante foi dividido entre 150 conquistadores, que logo começaram a lutar entre si. O próprio Francisco Pizarro acabou sendo assassinado na incessante luta pelo poder sobre o Império Inca. Esta desordem durou até o ano 1551, quando o rei espanhol enviou um representante, com o título de Vice-rei, para governar o Peru. Império Espanhol nas Américas Tendo conquistado grandes extensões de território, os espanhóis agiram eficientemente para firmar um governo forte e centralizado nas Américas. Dividiram suas conquistas em províncias, e o rei nomeou um vice-rei para supervisionar as políticas de cada província. O governo espanhol acreditava que as colônias existiam unicamente para beneficiar a Espanha. O rei espanhol exigia um quinto de todo o ouro e prata extraídos nas Américas. A Espanha também controlava todo o comércio das colônias, incentivando a produção de matérias-primas que, posteriormente, eram exportadas para a Espanha, mas desestimulando o desenvolvimento da manufatura. Desta forma, os colonos eram obrigados a comprar bens manufaturados da Espanha. O governo espanhol recompensou os conquistadores com grandes extensões de terra. No entanto, os conquistadores afirmavam que o trabalho braçal não era digno deles e, portanto, obtiveram do governo espanhol encomiendas - o direito de exigir trabalho braçal e o pagamento de impostos pelos chamados de peões, que viviam em suas terras. Em troca, os colonizadores ofereciam aos nativos a segurança e o sustento de seus líderes religiosos. O sistema de encomiendas foi basicamente uma forma brutal e sistemática de escravidão. Milhares de nativos morreram durante o século XVI por causa das terríveis condições de trabalho impostas pelos colonizadores espanhóis. Seu sofrimento perturbava muitos missionários católicos que vinham às Américas. Um destes missionários foi Bartolomeu de Las Casas, que se tornou padre em Hispaniola. Ele iniciou uma campanha para proteger os nativos dos perversos e gananciosos colonizadores espanhóis. Os apelos de Bartolomeu de Las Casas resultaram em novas leis, impostas em 1542, que visavam proibir a escravização futura dos nativos. Apesar destas leis humanistas, ao final do século XVI, como parte dos esforços missionários da Contra Reforma, a Igreja Católica enviou vários de seus melhores freis espanhóis às Américas com a missão de converter os nativos ao cristianismo. COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA Assim como Espanha e Portugal, a Holanda e a Inglaterra também estavam interessadas em descobrir novas rotas marítimas para a Ásia. Exploradores holandeses e ingleses viajavam pelo Oceano Atlântico, tentando encontrar a Passagem Noroeste - uma passagem naval através da América do Norte para a Ásia. Em 1497, o rei inglês, Henrique VII, financiou a expedição de um navegador italiano, Giovanni Caboto, navegando a oeste para chegar às Américas. Caboto chegou à Terra Nova e explorou a sua costa. Aproximadamente 100 anos depois, Henry Hudson, um navegador inglês, realizou quatro expedições exploratórias à procura da Passagem Noroeste. Em 1609, representando comerciantes holandeses, ele navegou pelo rio Hudson e declarou a região possessão da Holanda. Nesta área, colonizadores holandeses estabeleceram a colônia de Nova Iorque, que foi originalmente chamada de Nova Amsterdã. As possessões holandesas no Hemisfério Ocidental também passaram a compreender algumas ilhas do Caribe, a colônia da Guiana Holandesa (hoje Suriname) e algumas áreas do Brasil. Os Impérios Mercantes Holandeses e Ingleses Em meados do século XVI, a Holanda havia caído sob domínio espanhol. Quando o povo da Holanda se rebelou contra seus governantes espanhóis, em 1568, os navios holandeses foram proibidos de aportar em terras espanholas ou portuguesas. Mas esta medida punitiva não intimidou os holandeses; eles decidiram dominar as rotas comerciais portuguesas e estabelecer laços comerciais com os portos na Índia e nas Índias Orientais. Em 1602, a Holanda fundou a Companhia Holandesa das Índias Orientais. Esta companhia de comércio exterior logo se tornou poderosa, apossando-se de quase todos os portos portugueses na Ásia. A Holanda se tornou o único país europeu autorizado pelo império japonês a manter relações comerciais com o Japão. Em meados do século XVII, os holandeses mantinham quase o monopólio do comércio externo asiático. Outra companhia holandesa de comércio exterior foi fundada em 1621: a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. A companhia logo passou a controlar grande parte do tráfico de escravos e de outros produtos no Atlântico e Caribe. Diferentemente dos espanhóis e portugueses, os holandeses não tinham interesses religiosos em suas viagens de exploração. A Holanda não enviava missionários cristãos para suas colônias na América; seu único objetivo era o lucro no comércio exterior. Nas Américas, a Holanda foi uma potência colonizadora por curto período de tempo, apenas, ao contrário de seu controle sobre as ilhas nas Índias Orientais, que durou aproximadamente três séculos. A Companhia Holandesa das Índias Orientais estabeleceu um monopólio de pimenta e especiarias, e em seguida, de algodão, seda, chá e café. Assim como os holandeses, os ingleses dedicaram-se a desenvolver seu comércio e sua força marítima. Mas para obter sucesso no comércio exterior, os ingleses tinham que competir com comerciantes estrangeiros e enfrentar piratas de outros países. Osprivateers (corsários, ou seja, os piratas ingleses autorizados) - navios da iniciativa privada contratados pelo governo para atacar as frotas inimigas - foram usados pela Inglaterra para capturar navios espanhóis que continham tesouros e para bombardear portos na América do Sul. As Colônias Inglesas nas Américas Durante os séculos XVII e XVIII, colonizadores ingleses fundaram diversas colônias nas Américas: treze na costa leste do que hoje constitui os Estados Unidos, e outras no Canadá e nas ilhas do Caribe. Muitos colonizadores ingleses vieram às Américas para escapar de perseguições e conflitos religiosos, na Inglaterra. Almejavam viver em uma terra onde tivessem total liberdade de praticar sua religião. Os fundadores dos estados norte-americanos de Massachusetts e Connecticut, por exemplo, eram puritanos - protestantes que achavam que a Reforma da Igreja na Inglaterra não havia sido suficientemente revolucionária. O estado da Pensilvânia foi fundado por Quakers - outro grupo protestante que enfrentou discriminação na Inglaterra. O estado de Maryland foi fundado por católicos que fugiram da Reforma Protestante na Inglaterra. Outras colônias inglesas foram fundadas por pessoas que vieram à América por motivos econômicos. Em 1607, um grupo de aristocratas ingleses fundou uma colônia em Jamestown, no atual estado norte-americano da Virgínia. Estes colonos esperavam encontrar ouro e grandes tesouros na sua recém-fundada colônia, mas isto não ocorreu, e muitos deles, que não se preocuparam em estocar comida, morreram de fome durante seu primeiro inverno nas Américas. Os colonizadores seguintes perceberam que a grande riqueza que procuravam nas colônias norte-americanas era de fato o seu território, que era abundante e livre para ser apossado. Nas colônias inglesas da América, a maioria das pessoas vivia em pequenas fazendas. Nas colônias do sul, porém, a economia era dominada pelas grandes plantações. Para suprir o trabalho necessário nas lavouras de tabaco e arroz, os colonos do sul importaram milhares de escravos africanos. À medida que a população das colônias inglesas crescia e o solo se tornava menos fértil, devido ao excesso de uso, os colonizadores migravam para as fronteiras, onde construíam novas fazendas. Esta expansão demográfica frequentemente resultava na expulsão de indígenas de suas terras; como conseqüência, muitas batalhas ocorreram entre indígenas e colonizadores ingleses. Os Franceses na América do Norte Assim como os ingleses, os franceses buscaram adquirir territórios nas Américas. Em 1535, o explorador francês Jacques Cartier navegou até o rio São Lourenço e declarou aquela área - hoje a região oriental do Canadá - possessão francesa, sendo chamada de Nova França. Inicialmente, os líderes franceses não se entusiasmaram com a descoberta de Cartier, pois estavam concentrados em conflitos que a França enfrentava. Todavia, em 1608, Samuel de Champlain fundou Quebec, a primeira colônia francesa permanente da América do Norte. Considerado o "pai da Nova França", Champlain explorou a costa do atual estado norte-americano do Maine e estabeleceu novos assentamentos em Montreal e Nova Escócia. Champlain também viajou por grande parte do nordeste da América do Sul, tentando ampliar o comércio de peles de animais para sustentar a Nova França. Na segunda metade do século XVII, à medida que cresciam os interesses franceses na região, novas expedições foram organizadas. Louis Joliet, um caçador de peles, e o padre Jacques Marquette navegaram juntos pelos Grandes Lagos e ao longo dos rios Wisconsin e Mississippi, em 1672. Um nobre francês, René-Robert Cavelier La Salle, que havia imigrado para a Nova França para se tornar comerciante de peles, explorou o Rio Mississippi em 1682. Começando pelo norte do rio Ohio, ele seguiu todo o percurso em direção ao Golfo do México. La Salle declarou toda a região do Vale do Mississippi território francês, denominando a área de Louisiana, em homenagem ao rei francês Luís XIV. O comércio de peles era a principal fonte de renda dos colonos franceses. A agricultura e a pecuária na Nova França não prosperaram. O rei francês havia concedido grandes extensões de terra no vale do Rio São Lourenço aos lordes franceses, mas havia escassez de trabalhadores. O principal motivo da falta de mão de obra é que o governo francês não permitia o assentamento de protestantes na Nova França, temendo que o protestantismo fosse espalhado pelas colônias francesas. Somente camponeses católicos podiam emigrar para a Nova França, mas estes raramente tinham condições de construir suas próprias fazendas. Muitos franceses preferiram se estabelecer nas colônias francesas das Índias Ocidentais. As grandes plantações de açúcar nessas ilhas eram extremamente lucrativas. A colônia francesa de São Domingos, hoje o Haiti, chegou a ser considerada a mais rica possessão colonial do mundo. Conflitos Coloniais Inglaterra e França desejavam expandir suas posses territoriais na América do Norte. Entre 1689 e 1763, enquanto vários conflitos ocorriam na Europa, as colônias inglesas e francesas da América do Norte lutavam pelo controle do continente. A batalha final entre Inglaterra e França ocorreu no conflito entre a França e a Índia, iniciado em 1754. Os dois lados, cada qual com seus respectivos aliados nativos, guerrearam pelos territórios ao redor dos Grandes Lagos e do Rio São Lourenço. A Inglaterra saiu vitoriosa nas batalhas de Quebec, em 1759, e de Montreal, em 1760. A superioridade naval britânica foi fator decisivo para sua vitória nessa guerra. No Tratado de Paris de 1763, a França foi obrigada a se render aos ingleses. O tratado custou à França quase todas as suas possessões coloniais na América do Norte: as terras no Canadá passaram ao controle inglês e o território a oeste do Rio Mississippi passou para o domínio espanhol. No entanto, o tratado concedeu à França o direito de manter suas ricas colônias açucareiras no Caribe. Todavia, o poder da França nas Américas havia sido quebrado. REVOLUÇÃO INGLESA O Reino de Elizabete I Em 1558, subia ao trono inglês a última monarca Tudor, Elizabeth I, considerada uma das maiores lideranças européias de todos os tempos. Inteligente, segura de si e devotada a seu povo, Elizabeth I declarou, pouco antes de sua morte: "apesar de vocês terem tido, e provavelmente terão muitos príncipes mais sábios... nunca tiveram ou terão um governante que os ame como eu". O reinado de 45 anos de Elizabeth I foi um período marcado pela abundância de ouro na Inglaterra. Apesar dos desafios ao seu governo, a rainha conseguiu manter a paz em seu reinado. Ela respeitou tradições, nomeou excelentes conselheiros, e foi capaz de convencer o Parlamento a aprovar suas políticas. O espírito do Renascimento fez desta época um período de grande criatividade nas artes. Foi durante este período que William Shakespeare, provavelmente o maior dramaturgo de todos os tempos, escreveu suas extraordinárias peças. A Inglaterra tornou-se próspera e poderosa sob o governo de Elizabeth I. Os mercadores ingleses comercializavam ao redor do mundo, e a Inglaterra implantou seu primeiro posto comercial na Índia. Londres tornou-se um grande centro comercial. Ao aumentar o comércio externo, expandir a marinha inglesa e patrocinar grandes viagens de exploração, Elizabeth I estabeleceu os fundamentos de um império. O Fortalecimento do Protestantismo Durante o reinado de Elizabeth I, a Inglaterra apoiou os holandeses protestantes em sua bem-sucedida revolta contra a Espanha, e impressionou o mundo ao derrotar a invencível armada espanhola. Estes eventos mostraram que a Inglaterra estava se tornando um dos Estados protestantes mais importantes da Europa. Elizabeth I promoveu o protestantismo pelo país. Tolerante com católicos e puritanos, ela estabeleceu a Igreja Anglicana como a Igreja oficial do país. Contudo, vários grupos católicos desafiaram os direitos da rainha ao trono inglês, exigindo que a monarquia inglesa fosse liderada pela católica Maria, rainha da Escócia (Mary Stuart), prima de Elizabeth. Maria havia sido forçada a desistir do trono escocês em 1567, e refugiou-se na Inglaterra, onde foi mantida sob vigilância por quase vinte anos. Apoiada por agentes franceses e espanhóis, Maria continuou sendo a principal conspiradora contra o reinado de Elizabeth I. Contudo, os conselheiros da rainha inglesa convenceram-na de que Maria representava uma ameaça real ao trono inglês, o que levou Elizabeth I a, relutantemente, ordenar que Maria Stuart fosse decapitada, em 1587. O Parlamento e os Reis Stuart Elizabeth I não teve filhos, e foi sucedida, em 1603, pelo filho de Maria Stuart, Jaime I. Ele fracassou ao tentar obter o apoio dos políticos e do povo da Inglaterra. Jaime I exigiu o trono por direito divino e resistiu a qualquer imposição ou sugestão em seu reinado. Tal atitude chocou-se com o Parlamento, que estava determinado a desempenhar um papel maior no governo inglês. Jaime I não compartilhava da mesma tolerância religiosa de Elizabeth I em relação aos puritanos. Ele temia que os que não aceitavam a autoridade da Igreja Anglicana também não aceitassem sua autoridade. Recusou as exigências dos puritanos, que lutavam por reformas nas práticas da Igreja. No entanto, concordou com um pedido de uma nova tradução da Bíblia, conhecida como a Bíblia do rei Jaime, ainda muito utilizada nos dias de hoje. Quando Jaime morreu, em 1625, seu filho, Carlos I, assumiu o trono inglês. Logo aumentaram as tensões entre o novo monarca e o Parlamento; o conflito entre a monarquia e o poder legislativo inglês centralizou-se em dois temas - impostos e religião. Devido aos diversos gastos e guerras contra França e Espanha, tanto Jaime I, quanto Carlos I, constantemente se deparavam com falta de capital. Quando Carlos I pediu um aporte de capital, em 1628, o Parlamento inglês assinalou que só concederia a ajuda financeira se o rei assinasse a Petição dos Direitos. Assim como a Magna Carta, a Petição dos Direitos é um dos principais documentos de reivindicação da liberdade na Inglaterra. O referido documento limitou o poder do rei, incluindo as seguintes regras: 1. O monarca não poderia coletar impostos sem a permissão do Parlamento; 2. Cidadãos não poderiam ser forçados a fornecer bens e abrigo aos soldados; 3. A lei marcial não poderia ser imposta em tempos de paz; 4. Nenhuma pessoa poderia ser mantida na prisão a não ser que fosse condenada por um crime específico. Este é o princípio do habeas corpus. Apesar de Carlos I ter assinado a Petição dos Direitos, o rei continuou a criar impostos que o Parlamento considerava ilegais. Quando o Parlamento protestou, Carlos I o dissolveu. Durante os 11 anos seguintes, até 1640, o rei inglês governou sem o Parlamento, causando grande oposição no país. Os conflitos entre o monarca e o Parlamento foram exacerbados por suas políticas religiosas. Carlos I aprisionou e multou muitos puritanos ingleses, que continuaram a ganhar seguidores, especialmente entre a classe média urbana. Em 1637, Carlos I tentou forçar as igrejas escocesas a usar um livro de orações anglicano. Os escoceses calvinistas presbiterianos iniciaram, então, uma rebelião. Necessitando de dinheiro para lutar na Escócia, Carlos I foi forçado a reunir o Parlamento em abril de 1640. Para apoiar o rei na guerra contra os calvinistas escoceses, o Parlamento exigiu que o monarca aceitasse algumas condições. Carlos I se recusou e, três semanas depois, desfez o corpo legislativo novamente. Desesperado por dinheiro, o rei inglês solicitou novas eleições ao Parlamento, em novembro de 1640. O novo corpo legislativo permaneceu reunido até 1653. Como no passado, o órgão legislativo inglês tentava limitar o poder do monarca. O Parlamento estabeleceu leis que exigiam reuniões regulares e aboliu uma corte especial chamada de Star Chamber, onde oficiais reais mantinham julgamentos secretos. Novas leis também limitavam a liberdade do monarca de arrecadar fundos sem o consentimento do Parlamento. As leis implantadas pelo Parlamento marcaram o crescimento da noção de liberdade na Inglaterra. A Inglaterra sob o Governo de Cromwell Em junho de 1642, o Parlamento inglês tentou reduzir o controle do rei sobre o exército. Muitos puritanos membros do Parlamento pressionaram por reformas na Igreja inglesa. Carlos I rejeitou as propostas e ordenou que soldados prendessem os líderes do Parlamento. Ultrajado, o povo de Londres se revoltou, dando início a uma guerra civil. Os seguidores do rei, chamados de cavaleiros ou realistas, eram formados por anglicanos e católicos. A maioria dos membros da Câmara dos Lordes, composta por aristocratas, também apoiava o rei, juntamente com alguns membros da Câmara dos Comuns. O Parlamento contava com o apoio dos puritanos e outras pessoas da classe média, que condenavam a arrogância do rei e seus gastos. Os opositores de Carlos I eram conhecidos como os Round-Heads (Cabeças-Redondas), pois muitos puritanos cortavam seu cabelo curto, em vez de usar os longos cachos que eram moda na corte real. A batalha travada entre estes dois grupos ficou conhecida como a Guerra civil inglesa, composta por diversas guerras travadas na Inglaterra e no sul da Escócia, entre 1642 e 1651. Oliver Cromwell, general puritano, organizou as forças parlamentaristas. Após sofrerem seguidas derrotas nas primeiras batalhas para os realistas, os parlamentaristas, liderados por Cromwell, conquistaram vitórias importantes em 1644 e 1645, aprisionando o rei Carlos I. Apesar de o rei ter fugido para a Escócia e formado um exército, suas tropas foram novamente derrotadas em 1648. Cromwell utilizou-se de seu controle sobre o exército para tomar o poder dos puritanos moderados, que estavam dispostos a negociar a volta do rei Carlos I. Em 1648, Cromwell obrigou seus oponentes a deixarem o Parlamento. Os membros remanescentes aboliram a Câmara dos Lordes e levaram o rei a julgamento por traição. Carlos I foi decapitado em 1649, deixando a maioria da população chocada com a execução do monarca. Com o apoio do exército, Cromwell fundou um governo republicano conhecido como a República Inglesa. Contudo, ele foi incapaz de estabelecer um governo estável que contasse com o apoio do povo. Depois de seguidas disputas com o Parlamento, Cromwell aboliu uma nova constituição que havia sido escrita em 1653 e dissolveu o Parlamento. Tomando o título de "Lorde Protetor", ele governou com o apoio do exército até sua morte, em 1658. Cromwell trouxe ordem ao país, mas a um altíssimo custo. Seu exército massacrou uma revolta de católicos irlandeses que apoiavam a monarquia. Cromwell então forçou proprietários de terra católicos a cederem seus territórios para ingleses protestantes. Os irlandeses declararam que "a maldição de Cromwell" havia destruído suas terras. Apesar de seu tratamento selvagem em relação aos irlandeses católicos, Cromwell era tolerante com outras religiões. Prometeu proteção a todos os protestantes ingleses e reabriu as portas da Inglaterra para os judeus, que haviam sido banidos do país por quase quatro séculos. A Restauração O governo de Cromwell não foi popular entre o povo inglês, que não gostava do governo militar e almejava o retorno da monarquia. Em 1660, o Parlamento convidou Carlos II, filho do rei executado (Carlos I) para assumir o trono inglês. Seu reino (1660-1685) é chamado de período da Restauração. Popular entre seus súditos, Carlos II entrava em conflito com o Parlamento com freqüência. Tais conflitos eram ocasionados por problemas religiosos. A Inglaterra estava dividida entre católicos, anglicanos e outros protestantes. Carlos II exigia ampla tolerância religiosa, que o Parlamento não desejava conceder. O monarca inglês queria a garantia de que seu irmão, Jaime, um católico, herdasse o trono. Durante os últimos quatro anos de seu reinado, Carlos II, propositalmente, não convocou reuniões do Parlamento. A Revolução Gloriosa Jaime II tornou-se rei da Inglaterra em 1685. O novo monarca não possuía o carisma de seu irmão e suas políticas enfureceram muitas pessoas. Os ingleses o toleravam, pois acreditavam que a filha protestante de Jaime II, Maria, iria sucedê-lo. No entanto, a esposa católica de Jaime II deu à luz um filho; o povo passou a temer que a criança fosse católica e que, como rei, iria tentar restabelecer o catolicismo na Inglaterra. Consequentemente, em 1688, o Parlamento ofereceu a coroa à Maria e seu marido Guilherme. O povo inglês celebrou esta mudança de monarcas e posteriormente a intitulou de revolução Gloriosa. Jaime II fugiu para a Escócia, conquistando seguidores, que durante muitos anos tentaram, sem sucesso, reivindicar o trono inglês para membros da família Stuart. A Revolução Gloriosa foi um grande passo para o estabelecimento da supremacia do Parlamento sobre a monarquia inglesa. Em 1689, o Parlamento apresentou os novos governantes, Maria e Guilherme III (Guilherme de Orange), juntamente com a Declaração de Direitos (Bill of Rights). Esta continha as queixas do Parlamento contra Jaime II e estabelecia as regras que deveriam ser seguidas por futuros monarcas. As novas regras vincularam a Coroa inglesa ao apoio do Parlamento. Sem a aprovação do Parlamento, os monarcas não poderiam estabelecer ou cancelar leis, criar impostos ou convocar o exército em épocas de paz. O monarca estava proibido de interferir com a liberdade de expressão nas câmaras do Parlamento. A Declaração de Direitos também fortaleceu os direitos do indivíduo, tornando ilegais as multas excessivas e as punições cruéis por crimes cometidos. A Inglaterra ainda estava longe de ser uma nação democrática. Como os nobres continuavam a dominar o Parlamento, as novas limitações impostas à monarquia ajudaram mais aos ricos que à população em geral. Porém, ao reforçar os princípios do governo parlamentar e das liberdades individuais, a Declaração de Direitos trouxe uma maior liberdade a todo o povo inglês. Além disso, a Declaração de Direitos, assim como a Magna Carta e a Petição dos Direitos, serviram como exemplo para reformas em outros países.

Para 3° ano noturno na disciplina de História- prof. Eliane

Governo de Stalin O Plano Quinqüenal de Stalin Stalin trouxe grandes mudanças para a economia soviética. No lugar da Nova Política Econômica, deu início a um programa de industrialização totalmente controlado pelo estado.Stalin impôs uma série de planos quinquenais para a industrialização russa. Esses planos estabeleceram quotas para a produção de aço, carvão, petróleo, energia hidroelétrica e bens de consumo. Toda atividade econômica, inclusive a agricultura, estava agora sob o controle do estado.O primeiro e mais drástico Plano Quinquenal teve início em 1928. O Plano tinha como objetivo aumentar a produção industrial russa em torno de 250% até 1933. Para alcançar essa meta, a indústria teve que diminuir a produção de bens de consumo. Isto significou uma queda na produção de bens e serviços para os consumidores. Como consequência, o padrão de vida russo caiu bruscamente.A tentativa de Stalin de realizar mudanças tão drásticas e de forma tão rápida criou sérios problemas. Como o governo dava importância apenas à quantidade produzida, a qualidade dos produtos era negligenciada. As condições de trabalho eram terríveis, e os trabalhadores recebiam baixíssimos salários, eram mal alimentados e viviam em casas superlotadas. Além disso, o governo tinha o poder de forçar os trabalhadores a aceitar qualquer emprego, em qualquer lugar do país. Os problemas causados pela industrialização foram enormes, mas as consequências dos programas de Stalin no campo foram ainda mais graves. As exigências de Stalin por maior rendimento agrícola tornou-se uma guerra contra seu próprio povo, na qual milhões de pessoas foram mortas.O aumento da produção de alimentos era uma parte importante dos planos de industrialização de Stalin. Com um aumento na exportação de alimentos, o governo poderia ajudar a pagar pela construção e operação de novas fábricas. Maior quantidade de alimentos era também necessária para alimentar os operários das fábricas.Porém, Stalin percebeu que os camponeses não estavam dispostos a produzir as safras exigidas pelo primeiro Plano Quinquenal. Com as lojas vazias por causa da falta de bens de consumo, eles não tinham motivação para trabalhar mais e, possivelmente, ganhar mais dinheiro. Mas Stalin estava decidido a impedir que os camponeses prejudicassem seus objetivos, e assim trouxe a agricultura para o controle do Estado. Um novo plano de Stalin implantou fazendas coletivas - a união de pequenas fazendas em unidades maiores. Essas fazendas deveriam utilizar maquinário moderno e métodos de cultivo eficientes para produzir mais alimentos que anteriormente. Os camponeses soviéticos, porém, consideravam isso como uma volta à servidão, e viam a coletivização forçada do campo como a perda de sua liberdade. Eles não iriam desistir de suas terras facilmente.No inverno de 1929-1930, Stalin utilizou as forças armadas para coletivizar as fazendas dos camponeses. O ditador soviético usava força militar para aterrorizar a sua nação. Seu principal alvo era os kulaks, ou os fazendeiros mais prósperos. Stalin considerava oskulaks como inimigos do socialismo, e declarou ao Partido que eles precisavam ser eliminados. Milhares de kulaks foram mortos ou enviados aos gulags - campos de trabalho forçado. Muitos dos camponeses remanescentes mataram seus animais para não ter que entregá-los aos oficiais do governo de Stalin. A coletivização resultou em terríveis consequências durante os anos seguintes. A produção nas fazendas caiu drasticamente e a perda de animais causou uma séria escassez de carne, leite, objetos de couro e fertilizantes. Em 1932-1933, uma grave fome atingiu muitas partes da União Soviética. Apesar de seu próprio povo sofrer com a fome, Stalin continuou vendendo alimentos para o exterior. Aproximadamente, dez milhões de pessoas morreram como resultado da coletivização.Em meados da década de 1930, fazendas coletivas, constituídas por centenas de casas, eram controladas pela União Soviética. Uma vez completada a coletivização, Stalin fez uma concessão aos camponeses. Ele os autorizou a manter pequenos pedaços de terra para uso próprio. Os alimentos destas terras poderiam ser vendidos no mercado livre pelo preço que desejassem. Com esse incentivo, os camponeses trabalharam mais arduamente em suas próprias terras, que se tornaram as mais produtivas da União Soviética. Por volta de 1930, o poder de Stalin estava começando a ser ameaçado dentro e fora do Partido. Muitas pessoas o culpavam pelas milhões de mortes causadas por seu programa de industrialização e coletivização. As críticas vinham até mesmo de sua família. Sua esposa exigia que ele moderasse suas políticas. Ela morreu em 1932 - aparentemente tendo cometido suicídio.Os membros do Partido Comunista declararam sua insatisfação durante o Congresso de 1934. Eles alegaram que Stalin havia ido longe demais. Alguns membros até mesmo sugeriram que ele deixasse o cargo e fosse substituído pelo secretário do partido em Leningrado, Sergei Kirov.Stalin contra-atacou com uma campanha de terror. Em dezembro de 1934, Kirov foi assassinado. Apesar de Stalin ter provavelmente ordenado sua morte, ele alegou que o assassinato de Kirov fazia parte de um golpe contra a liderança soviética. Stalin usou esse acontecimento para justificar um expurgo, ou remoção, de seus inimigos - reais e suspeitos - do Partido e da população soviética. Entre 1935 e 1939, um período que ficou conhecido como o Grande Expurgo, alguns dos mais importantes líderes comunistas foram levados a julgamento. Eles foram forçados a confessar publicamente crimes que, na realidade, nunca haviam cometido. Após a confissão, eram executados. Com isso, Stalin se livrou dos altos membros do Partido que tinham escolhido Kirov para substituí-lo. Em 1940, assassinos enviados por Stalin mataram Trotski, que estava exilado no México. Os membros do Partido que remanesceram eram burocratas obedientes que não desafiariam Stalin.Stalin utilizou métodos semelhantes para aterrorizar a população soviética. Ele lançou ataques contra cientistas, intelectuais, trabalhadores, fazendeiros e líderes de movimentos nacionalistas. Assim como outros trabalhadores, a polícia secreta tinha quotas para preencher - um certo número de pessoas para prender. Os presos eram submetidos a dias e noites de interrogatório, frequentemente sob tortura. Os interrogatórios duravam até que os prisioneiros, inocentes ou não, assinavam suas "confissões".Sob o governo de Stalin, a União Soviética tornou-se um estado totalitarista - um estado onde o governo controla todos os aspectos - mesmo privados - da vida dos cidadãos. A liberdade de expressão em qualquer local poderia ser punida como crime contra o Estado. FASCISMO NA ITÁLIA Nos anos que se seguiram após a Primeira Guerra Mundial, a Europa passou a sofrer de desemprego, inflação e distúrbios sociais. Havia descontentamento popular em relação aos tratados de paz da Primeira Guerra Mundial, e muitas pessoas temiam a expansão do socialismo russo. Os ditadores se aproveitaram dessas condições para tomar o poder em alguns países europeus.Apesar de a Itália ter sido um dos países vitoriosos na Primeira Grande Guerra, parecia-se mais como uma nação derrotada. O país sofreu terríveis perdas - mais de um décimo da população jovem masculina morreu na guerra. Além disso, o acordo de paz em Versalhes - o Tratado de Versalhes - rendeu ao país poucos ganhos territoriais.Após a guerra, havia na Itália falta de alimentos, aumento de preços, desemprego e falências. Descontentes com a falta de ação por parte do governo, os camponeses invadiram terras e os trabalhadores realizaram greves violentas. Ao mesmo tempo, os partidos políticos socialistas e comunistas ganhavam muitos adeptos entre a população . A revolução dos bolcheviques na Rússia fez com que muitos temessem que um fenômeno parecido ocorresse em seu país. Diante desses problemas, muitos italianos voltaram-se para uma ideologia chamada fascismo. Os fascistas enfatizavam o nacionalismo e colocavam os interesses do estado acima dos interesses individuais. O fascismo afirmava que, para fortalecer a nação, o poder tinha que permanecer nas mãos de um único e forte líder e de um pequeno grupo de leais membros partidários. Os fascistas alegavam que diferenças políticas dividiam e enfraqueciam a nação. O crescimento do movimento fascista era, em parte, uma reação contra a revolução socialista na Rússia. Os fascistas alegavam que o socialismo incentivava os conflitos entre classes e tornava as pessoas mais leais à sua classe socioeconômica do que ao seu país.O porta-voz do fascismo italiano era Benito Mussolini. Nascido em 1883, Mussolini foi adepto do socialismo durante certo tempo. Porém, retirou-se do movimento quando os socialistas se opuseram à entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial. Em 1919, Mussolini e seus seguidores organizaram o Partido Fascista.Mussolini ganhou o apoio de um grande número de italianos. Comerciantes, funcionários públicos e proprietários de terras desejavam um governo forte que acabasse com as greves e reprimisse o poder político da classe operária. O fascismo também ganhou adeptos entre a classe média italiana, que incluía universitários, lojistas e profissionais liberais. Os soldados e veteranos de guerra também foram atraídos pelo fascismo. Mussolini prometia trazer de volta a glória e o poder militar da antiga Roma. Seu sonho de um novo império italiano apelava aos nacionalistas e oficiais do exército. Os veteranos de guerra, muitos deles desempregados e pobres, sentiam que a Itália não dava valor ao sacrifício feito por eles durante a Primeira Guerra Mundial. Eles admiravam o militarismo do partido fascista, pois os fascistas usavam uniformes de camisa preta, carregavam armas e faziam passeatas nas ruas.No início de 1922, o Partido Fascista contava com mais de 300 mil membros e controlava diversas cidades importantes. Em outubro do mesmo ano, Mussolini tentou tomar o poder. Falando em um grande comício declarou: "Ou eles nos entregam o governo, ou vamos tomá-lo invadindo Roma". Alguns dias depois, milhares de fascistas começaram a marchar em direção à cidade. Quando os principais oficiais do governo, exército e polícia apoiaram os fascistas, o rei Vítor Emanuel III fez de Mussolini o chefe do governo italiano. Mussolini sempre declarou que a democracia era um sistema fraco e ineficaz. Assim sendo trabalhou para estabelecer uma ditadura na qual o Partido Fascista teria total controle do país. Aboliu todos os outros partidos políticos, formou uma polícia secreta para espionar possíveis inimigos, e prendeu muitos oponentes. O governo também passou a controlar toda a imprensa na Itália. O programa de Mussolini para fortalecer seu país incluía mudanças sociais e econômicas. Mussolini dificultou a emigração da Itália, criou novos impostos para homens solteiros, limitou o número de empregos disponíveis para mulheres e incentivou as famílias italianas a terem mais filhos. Os fascistas queriam que a Itália se tornasse auto suficiente, e não mais dependesse de qualquer outro país para suprir suas necessidades. Os fazendeiros foram incentivados a utilizar métodos modernos de agricultura. Para limitar o poder dos trabalhadores e controlar a produção, Mussolini reorganizou a economia. Todas as áreas de produção, fazendas, indústrias e meios de transporte foram divididos entre 22 sindicatos nacionais, cada um organizado como uma corporação. As uniões trabalhistas foram banidas, e cada sindicato controlava salários, preços e horas de trabalho em sua área.Mussolini fez grandes esforços para ganhar a lealdade do povo. Nas escolas, as crianças eram ensinadas a admirá-lo como Il Duce, que significa o "Líder" e a aceitar suas idéias sem questionamento. Os professores nas universidades deveriam jurar lealdade ao estado fascista. A propaganda do governo dizia ao povo italiano que o fascismo havia acabado com o crime, a pobreza e com os problemas do proletariado. Mussolini prometeu que seu novo Império Romano iria controlar o mundo Mediterrâneo.Mas Mussolini e os fascistas nunca transformaram a Itália em um estado totalitarista absoluto. Industriais, proprietários de terra, a Igreja Católica e o exército permaneceram exercendo grande influência no país. NAZISMO E FASCISMO A derrota alemã na Primeira Guerra Mundial causou grande desgraça ao cáiser (imperador) e deixou a população daquele país em choque. Em novembro de 1918, soldados, marinheiros e trabalhadores, cansados das guerras, tomaram o controle de várias cidades alemãs. Eles, então, declararam a república, e o cáiser Guilherme II abdicou, fugindo para a Holanda. Foi eleita uma assembleia nacional que se reuniu na cidade de Weimar em fevereiro de 1919, tendo sido adotada uma constituição republicana. A nova Alemanha, conhecida como República de Weimar, passou a ser liderada por membros do Partido Social Democrata - políticos moderados que lutavam pelo sucesso da democracia.Contudo, o povo alemão tinha pouca experiência com a democracia parlamentarista. Governados por um cáiser desde a unificação da Alemanha em 1871, os alemães estavam acostumados a formas autocráticas de governo. Alguns acreditavam que a democracia era uma forma fraca de governo e inapropriada para a nação alemã. Extremistas alemães de esquerda e de direita desprezavam o governo de Weimar. Os esquerdistas eram os comunistas, que queriam estabelecer um governo semelhante ao da Rússia Soviética. Em 1919, levantes comunistas ocorreram em diversas cidades da Alemanha e mesmo não tendo sucesso, alarmaram o povo alemão.Os críticos de direita da República de Weimar eram nacionalistas alemães, líderes militares, grandes proprietários de terra e industriais. Não aprovavam a democracia e consideravam os sociais democratas um pouco melhores que os comunistas. Temiam, ainda, que o governo assumisse o controle da indústria e realizasse a reforma agrária no país.Alguns alemães até espalharam boatos de que a Alemanha nunca havia sido realmente derrotada na guerra. Eles declaravam que os líderes da República de Weimar haviam traído a Alemanha exigindo a paz. (Na realidade, o que aconteceu foi o oposto: os generais do exército alemão foram os que exigiram o armistício). Os nacionalistas e militares alemães queriam romper o Tratado de Versalhes, pois pretendiam reconstruir o exército alemão, o que era proibido pelo Tratado, e fazer da Alemanha novamente uma potência mundial. Hitler e o Partido Nazista Um dos mais severos críticos da República de Weimar foi Adolf Hitler. Nascido em 1889 em uma pequena cidade da áustria, Hitler abandonou a escola aos 16 anos e foi para Viena. Sonhava se tornar um artista famoso, mas fracassou por falta de talento. Hitler comemorou o início da Primeira Guerra Mundial e se ofereceu como voluntário para servir no exército alemão, onde foi duas vezes honrado por sua bravura.Durante seus anos em Viena, Hitler adotou ideias racistas e extremistas que eram comuns no século XIX. Após a Primeira Guerra Mundial, ele se uniu a um pequeno grupo nacionalista em Munique. O grupo era chamado de Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores, mas era conhecido como Partido Nazista. Hitler provou ser um orador e organizador tão eficaz que logo se tornou líder do partido.Com Hitler na liderança do partido, este logo começou a crescer. Passeatas e assembleias em massa empolgavam multidões fascinadas pelos discursos de Hitler em que ele atacava o Tratado de Versalhes e o governo de Weimar. Em 1923, os nazistas tentaram depor o governo do estado alemão da Baviera. A tentativa falhou, e Hitler foi levado à prisão. Enquanto estava na prisão escreveu um livro intitulado Mein Kampf, que significa "Minha Luta", onde expressa seus ideais. O Mein Kampf apresenta dois temas principais: racismo e nacionalismo. Hitler afirmava que os alemães pertenciam a uma raça superior descendente do povo ariano. Considerava os judeus, eslavos e outros povos como "raças inferiores" que provocavam o enfraquecimento da Alemanha. Hitler culpava os judeus por todos os problemas do país: derrotas na guerra, alto desemprego e expansão do comunismo.Hitler incitava o povo alemão a reconstruir sua força militar, para retomar as terras que haviam perdido com o Tratado de Versalhes, e a criar um grande império alemão na Europa. Crises Econômicas Movimentos como o nazismo costumam ter sucesso em tempos difíceis quando o povo está desempregado, com fome, inseguro e desorientado. De 1919 a 1924, a República de Weimar enfrentou uma crise após a outra. A Alemanha chegou próxima a um colapso econômico em 1923, quando a inflação fez a moeda perder totalmente seu valor. Os alemães tinham que carregar sacos enormes de dinheiro apenas para comprar poucos alimentos. Os nazistas conquistaram muitos seguidores nestes anos. Porém, entre 1924 e 1929, as condições econômicas melhoraram e o crescimento do Partido Nazista diminuiu.No outono de 1929, a grande depressão econômica atingiu o mundo. Em quase todos os países o comércio caiu, os bancos entraram em colapso e as fábricas fecharam. Os preços das ações despencaram, os negócios faliram e o desemprego se espalhou. Os alemães foram particularmente afetados. Por volta de 1932, mais de seis milhões de pessoas estavam desempregadas, quase metade da força de trabalhado do país. O Apelo Nazista A estratégia política de Hitler era simples e eficiente. Simplesmente repetia o que o povo queria ouvir; arranjou-lhes um inimigo para odiar e uma causa pela qual lutar. Manipulava as emoções do povo com discursos inflamados e usava a violência para impressioná-los com o poder do Partido Nazista. Chamando a si mesmo de Der Fuhrer, o "Líder", prometeu que livraria a Alemanha do caos em que se encontrava.Assim como na Itália, muitos estavam descontentes com um governo democrático, mas fraco, e desejosos de uma liderança forte. O nazismo tinha um apelo particularmente forte para a população mais pobre da classe média pois acreditavam que Hitler iria protegê-los contra os grandes industriais e os comunistas. Muitos jovens desempregados uniram-se aos "camisas marrons" - o exército particular de Hitler. Eles recebiam comida, abrigo, uniformes, e aprendiam que estavam lutando em prol do fortalecimento de seu país. Grupos de "camisas marrons" atacavam judeus, interrompiam reuniões de políticos rivais e lutavam contra comunistas nas ruas da Alemanha.No final de 1932, os nazistas formavam o mais forte partido político na Alemanha. Ainda estavam longe de ser maioria no Reichstag - o parlamento alemão. Nessa época, Hitler recebeu muita ajuda de um pequeno grupo de poderosos industriais, de proprietários de terra, banqueiros e generais. A maior parte dessas pessoas não compartilhava as mesmas visões extremistas de Hitler, mas estavam impressionadas com seu anticomunismo e suas promessas de reconstruir a Alemanha. Em janeiro de 1933, conseguiram persuadir Paul von Hindenburg, o herói de guerra de 86 anos que havia se tornado presidente da República de Weimar, a nomear Hitler seu chanceler.As eleições para o Reichstag foram marcadas para março de 1933. Pouco antes da data, um incêndio provavelmente provocado pelos nazistas, queimou o edifício do Reichstag. Hitler declarou que o incêndio era o início da tomada comunista. Ele convenceu Hindenburg a assinar leis limitando a liberdade de imprensa e de expressão. O partido Comunista também foi banido da Alemanha . A Alemanha de Hitler O recém-eleito Reichstag deu a Hitler poder absoluto. Ele rapidamente tomou medidas para tornar a Alemanha um estado totalitário. Assim nasceu o Terceiro Reich - o sucessor do Sacro Império Romano (Primeiro Reich) e do Império Alemão dos cáisers (Segundo Reich).Novas leis proibiam os sindicatos, estabeleciam tribunais para julgamentos secretos e baniam todos os partidos políticos, exceto o nazista. Hitler também assumiu o controle do exército. Os líderes militares nada fizeram para impedir a tomada nazista. Os generais ainda acreditavam que podiam manter Hitler sob controle.Mas Hitler não recebia ordens de ninguém. Ele matava e torturava seus inimigos. Em 1934, ordenou o expurgo de seus próprios "camisas marrons". Os guardas pessoais de Hitler, liderados por Heinrich Himmler, prenderam e mataram aproximadamente mil oficiais. A Gestapo, ou a polícia secreta nazista, também garantia que as ordens do líder nazista fossem obedecidas. A violência mais grave do regime nazista foi empregada contra os judeus. O antissemitismo se tornou política oficial do governo. Os judeus perderam sua cidadania e foram proibidos de exercer cargos governamentais, possuir empresas ou trabalhar em suas profissões. As lojas recusavam-se a vender para eles, e os proprietários de imóveis não alugavam suas casas ou apartamentos para judeus. Placas que diziam: "Os judeus são estritamente proibidos nesta cidade" ou "Os judeus entram aqui a seu próprio risco" eram colocadas em todos os lugares. Muitos judeus fugiram da Alemanha, deixando tudo que lhes pertencia para trás.Quando um jovem judeu matou um diplomata alemão nazista em Paris, os nazistas usaram o incidente como pretexto para aumentar o terror contra os judeus. Em 10 de novembro de 1938, gangues nazistas incendiaram sinagogas por toda a Alemanha e saquearam casas e lojas de judeus. Muitos judeus foram mortos ou feridos, e milhares foram presos durante a Kristallnacht, ou a "Noite dos Cristais". A maioria dos alemães não estava preocupada com o terror do regime nazista. Ao contrário, estavam satisfeitos com a melhoria das condições econômicas resultante das políticas nazistas. Os nazistas tomaram medidas para reconstruir a economia, ajudar os comerciantes e reviver secretamente a indústria alemã de armas (algo proibido pelo Tratado de Versalhes). Nos primeiros cinco anos de governo nazista, o número de desempregados caiu de seis milhões para quase zero, e o padrão de vida dos trabalhadores melhorou. A recém-adquirida prosperidade da Alemanha fez com que Hitler conquistasse a lealdade da maioria dos cidadãos do país.Os nazistas também eram mestres na arte da propaganda enganosa, e como controlavam a imprensa, usavam todas as formas de mídia para expandir suas ideias. Havia forte incentivo para que crianças e jovens se orgulhassem de pertencer a grupos de jovens nazistas. Livros que valorizavam a democracia ou discordavam da guerra, assim como aqueles escritos por autores judeus foram queimados. Como aconteceu na União Soviética, todos os livros didáticos foram reescritos para estar de acordo com os ideais do governo. Os livros científicos passaram a proclamar a superioridade do povo ariano.Por volta de 1938, muitos alemães sentiam-se felizes com o governo nazista. Os negócios iam bem, as pessoas tinham emprego e as forças armadas do país haviam sido reconstruídas. A Guerra Civil na Espanha Apesar de a Espanha permanecer neutra na Primeira Guerra Mundial, o país também sofria de instabilidade interna causada pelo conflito. Greves de operários, exigências de democracia e discussões sobre o poder da Igreja resultaram na queda da monarquia espanhola. Em 1931, o rei abdicou e foi declarada a república. O novo governo republicano, governado por liberais e por socialistas, adotou reformas radicais. Oponentes a essas reformas, como oficiais do exército, proprietários de terra e a Igreja Católica, uniram-se a um partido fascista chamado de Falange Espanhola.Em julho de 1936, os oficiais do exército falangista no Marrocos espanhol se rebelaram. As revoltas rapidamente irromperam pela Espanha, marcando o início da Guerra Civil Espanhola. Por volta de outubro, os soldados rebeldes haviam nomeado seu general,Francisco Franco, como chefe de um estado fascista espanhol. Durante três anos, uma sangrenta e dolorosa guerra civil ocorreu na Espanha entre os falangistas de Franco e os antifascistas. Centenas de milhares de pessoas morreram ou ficaram feridas. A Guerra Civil espanhola chamou a atenção do mundo. Era bem mais que uma batalha pelo controle da Espanha. Na realidade passou a ser uma disputa entre ideologias rivais. Tanto Hitler quanto Mussolini ajudaram Franco devido ao seu apoio ao fascismo. Stalin também enviou apoio às forças republicanas, pois vários de seus líderes eram comunistas. Embora os governos da Grã-Bretanha, França e Estados Unidos permanecessem fora da guerra, milhares de voluntários desses países foram para a Espanha a fim de ingressar na força republicana conhecida como" Brigadas Internacionais".Os republicanos não conseguiram derrotar as forças fascistas. Em 1939, Madri caiu sob o domínio de Franco. A Espanha passou a ser governada pela ditadura fascista, que durou até a morte de Franco, em 1975.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

REUNIÃO DE PAIS 2°BIMESTRE/13

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO: PERÍODO DA MANHÃ - 7:00H ÀS 8:00H - AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - LÍNGUA PORTUGUESA - 8:15H ÀS 11:00H - ATENDIMENTO AOS PAIS. PERÍODO DA NOTURNO - 19:00H ÀS 20:00H - AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - LÍNGUA PORTUGUESA 20:15H ÀS 22:00H - ATENDIMENTO AOS PAIS.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

INCLUSÃO,ESPORTE E DIVERSÃO

OS ALUNOS DO ISRAEL SCHOBA TIVERAM A OPORTUNIDADE DE EXPERIMENTAR O GOOLBOLL, MODALIDADE ESPORTIVA DIRECIONADA AOS DEFICIENTES VISUAIS. FOI UMA EXPERIÊNCIA INÉDITA, PARABÉNS A PROFESSORA BETE DE EDUCAÇÃO FÍSICA PELA INICIATIVA E NOSSOS AGRADECIMENTOS AO PROF LUIS GUSTAVO DA UNICAMP.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O Rabo da raposa


Inverno bravo, certa madrugada
muito gelada,
dona raposa, a tremer de frio,
bebia água de um furo
escuro no gelo do rio.
Mas, distraída ou incauta, não notou
que a ponta do seu rabo se molhou
e se colou, por um tufo de pêlo, 
no gelo.
Não era grave o caso: a fácil solução
era ela só dar um bom puxão
e arrancar-se, deixando algum pêlo
no gelo,
para escapar e pôr-se logo a salvo
dos caçadores, de quem era alvo.
Mas estragar o lindo rabo?
Oh, não! Que diabo!
Como derder a ponta dessa cauda
fofa e frondosa,
ruiva e sedosa?
Melhor é esperar pelo arrebol-
quem sabe então o sol
derrete o gelo e a cauda solta?
E a raposa espera, e olha em volta, 
e olha para trás
(onde o rabo gela e gruda mais e mais…)
e olha para cima: já amanhece,
mas o sol não aquece.
E então ela ouve vozes, e parece
que se aproxima gente.
E, de repente,
agora um grande medo ela sente
e quer fugir daquela situação,
e puxa o rabo-ai! que safanão!
E se debate e pula a coitada, 
mas sua cauda está tão grudada,
que a pobre não consegui nada…
Que aflição!
Mas eis que então,
por sorte o lobo passa por ali.
-Compadre!-grita ela,-Acode aqui!
Me ajuda, salva-me, amigo!
soltar meu rabo eu não consigo!
Se eu ficar aqui, grudada assim,
será meu fim!
O lobo para e diz:-Como teu bom amigo,
vou te ajudar neste perigo.
Te aguenta! o meu dente é forte,
vai te salvar da feia morte!
E a dentadas-um, dois, três!-
cortou-lhe rente o rabo, duma vez.
E a raposa esquece a vaidade,
larga o rabo e-oh, felicidade!-
corre pra toca, e se esconder ligeira,
contente de estar viva, quase inteira.
Parece-me bem clara a moral
da fábula: se pra seu próprio mal
não ficasse com dó de um tufinho
de pelos do rabinho,
a tola da raposa, ao fim e ao cabo, 
teria ainda hoje o seu rabo.
         (Transcrito de Fábulas Russas. São Paulo: Melhoramentos, 1986)